Um exemplo para o Brasil


Ontem à noite eu assisti um depoimento do Maestro Jose Antonio Abreu, um venezuelano que em 1975 decidiu encarar o desafio de transformar a realidade de seu país através da música. Inspirador, é a palavra que resume…

O maestro conta que seu projeto era levar a música clássica para as camadas mais pobres do seu país, buscando transformar a realidade daquela população. Seu objetivo inicial eram 100 alunos, mas na primeira aula apenas 11 crianças apareceram. Ao invés de desistir, José Abreu transformou aquilo em um desafio e fez uma promessa a si mesmo e àquelas 11 crianças: um dia essa orquestra será reconhecida internacionalmente como uma das melhores do mundo.

Muito trabalho veio depois disso, e El Sistema mostrou-se uma ferramente de incrível poder de transformação social. Segundo o maestro, não é o “não ter o que comer” que acaba com as pessoas pobres, mas sim o sentimento “de não ser ninguém, de não ser notado”. Assim, a música surgiu para combater esta realidade e devolver a capacidade de sonhar daquelas crianças, lançando-as para novos desafios.

os benefícios emocionais e intelectuais são enormes – a aquisição de princípios de liderança, de ensino e capacitação, o senso de comprometimento, de responsabilidade, de generosidade e dedicação aos outros,e a contribuição individual para o alcance de objetivos coletivos maiores. Isso leva ao desenvolvimento da autoestima e da confiança.

Atualmente, mais de 300 mil crianças já participaram do programa que hoje engloba toda a Venezuela. Além disso, para os que duvidavam, um importante crítico britânico elegeu a Orquestra Sinfônica Jovem da Venezuela como a 5ª mais importante do mundo. Ou seja, a recompensa por todo o esforço do maestro foi oficialmente reconhecida.

Preciso dizer que assistir uma palestra como essa reascende um pouco da esperança que resta diante da nossa realidade. Uma constatação clara é que estão faltando líderes como o Maestro Jose Antonio Abre, mas que ainda existe uma saída para o caos social que nosso país está vivendo.

Para quem quiser assistir a palestra aí vai o link!

lá se foi o Florestal…


O fato já ocorre há alguns dias, mas pra quem não sabe finalmente o Lajeadense conseguiu vender o seu estádio e agora procura uma “nova casa” para morar. Ao que tudo indica, a ideia de reformar o antigo Estádio e deixá-lo próximo a sua comunidade não ganhou muita simpatia da Diretoria que agora vai correr pra construir um novo até 2011, ano do centernário do Clube.

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Estádio vai virar empreendimento imobiliário... já o time não se sabe ao certo

Eu já havia expressado um pouco da minha opinião a respeito num outro post, que até foi citado no blog de uma outra lajeadense que não gostou muito da ideia, mas agora o que era um plano virou realidade. Conversei com algumas pessoas e a opinião não é absoluta. Uns defendem o novo projeto, outros afirmam que não foi uma boa decisão.

Após pensar um pouco, elegi algumas constatações (não chegam nem a ser opiniões):

  • O dinheiro da venda do estádio não é suficiente para o projeto que estão prometendo;
  • O Lajeadense, depois de se mudar para a nova casa, vai ter que manter uma sequência muito boa de vitórias para tentar fazer a população ir até os cafundó para assisti-lo. Atualmente ele joga no MEIO DA CIDADE e não consegue atrair mais do que 500 pessoas por jogo;
  • Caso não monte boas equipes e dispute as primeiras colocações, o clube ficará abandonado, só que desta vez escondido no meio do nada. Com o local onde pretendem construí-lo, não me espantaria ver notícias no jornal dos assaltos que o clube vá sofrer;

Dito isso, quero dizer que eu realmente espero estar enganado!

Espero que o novo projeto revigore uma parte esquecida e atraia investimentos para aquela parte da cidade. Torço para que o Clube retome a expressão que já pussuiu ganhando títulos, especialmente a da 1ª Divisão do Gauchão, quem sabe até beliscar a Série C do Brasileiro.

Espero que esse projeto não seja apenas para inserir nomes na Pedra Fundamental… a última coisa que Lajeado precisa é mais gente querendo cortar fitas em projetos de resultado pouco palpável.

líderes


Há dois meses atrás eu assisti uma entrevista do empresário Marcel Telles, um dos sócios da AmBev, e de certa forma pude perceber como a empresa tornou-se um exemplo mundial de boa gestão e crescimento. Na ocasião, Marcel Teles abordou alguns tópicos que ele acredita fazerem a diferença nas empresas que ele está envolvido, entre elas a AmBev, sendo elas:

  • Sonhar grande dá o mesmo trabalho que sonhar pequeno
  • As pessoas estão no centro de tudo. Se você possui pessoas capazes sua empresa crescerá;
  • Cada indivíduo deve tomar para si a responsabilidade do negócio como se fosse seu. A empresa precisa de “donos”, não de simples funcionários;

Eis que, coincidentemente, encontrei no Youtube um discurso que Marcel Telles fez em 1991 (18 anos atrás) para uma turma de formandos de administração. Naquela época a AmBev sequer existia, mas fica explícito como os conselhos do empresário continuam os mesmos.

Diante disso, eu questiono: por que tão poucas empresas se espelham no modelo que Telles, desde 1991, mostrou ser produtivo? Será que Telles insiste em um modelo ultrapassado ou isso apenas demonstra o potencial do seu talento ao antever, 18 anos atrás, uma das fórmulas mais poderosas para o sucesso?

Se você assistir aos vídeos vai perceber que o modelo chega a ser “simples demais” e isso com certeza vai contra todos os modismos que os administradores se orgulham tanto de ter criado. A lição que devemos tirar disso tudo é que as empresas terão sucesso quando conseguirem transformar os seus funcionários em “donos do negócio”, mas acima de tudo, quando ela conseguir encontrar uma maneira de recompensá-los pelo seu talento.

Confiram os vídeos que vocês entenderão! Vale muito a pena!

Nos links que o Youtube apresenta vocês podem ver as outras partes da entrevista.

Em 1991…

Em 2009

essa maldita greve dos bancos


Eu queria ver o que aconteceria se eu resolvesse fazer uma greve… Simplesmente eu não vou mais, por tempo indeterminado, realizar as minhas tarefas.

Um dia! Acho que seria esse o tempo que me dariam, fingindo que tivessem me dado uma folga. Depois: “tchau pra ti!”

Errado? Injusto? Que nada…

Eu tenho um emprego e sou remunerado para isso. Se eu não estou gostando das funções ou não estou recebendo tanto quanto eu penso que mereço sou eu quem deve ir embora. Afinal, se eu sou “tão capacitado assim” provavelmente vai ter uma fila de empresas querendo me contratar… é assim que funciona, sempre foi.

Aí vem os bancos, TODOS OS ANOS, brigar por mais aumento… São tão fracos em negociação que precisam apelar para a Greve para poder ganhar alguma coisa. O Governo, incompetente por natureza, passa a mão na cabeça, depois de mais de um mês de paralisação, absolvendo as horas não trabalhadas e dando a “gorjeta” pro pessoal parar de incomodar.

Chega disso! Tem uma crise lá fora que precisa ser vencida e os bancos ainda olham para os seus umbigos querendo ser o centro das atenções. Nessa história toda é facil dividir os grupos que ganham e que perdem:

  • Os bancários ganham… uma gorjeta para parar de incomodar e uns 30 dias de férias remuneradas;
  • O Governo empata, porque ultimamente aumentar o gasto público não tem sido um grande problema;
  • A população (EU) perde, porque nem um cheque eu posso depositar num banco que, a priori, quase não precisa mais de gente para funcionar…

Chega dessa palhaçada e vamos voltar ao trabalho. Eu vou embora também porque preciso estudar para um dia não virar bancário…

lidando com Expectativas


ponto_interrogacaoAs expectativas estão presentes nos aspectos mais banais do nosso dia. Elas podem se apresentar perto do almoço, por exemplo, quando você começa a imaginar a possível comida predileta que sua mãe pode estar preparando. Chegará um momento (o almoço) no qual você vai finalmente verificar se a comida é, ou não, a desejada, restando apenas duas possibilidades: SIM, era a comida que eu queria; NÃO, não era…

Neste caso, você não terá grandes problemas porque esse fato não vai interferir na sua trajetória de vida, mas nem sempre é assim.

As pessoas vivem de expectativas: Será que vou passar no vestibular? Será que vão me chamar para a vaga? Será que vou ser promovido? Será que ela está realmente afim de mim? Será que vou passar no teste? Será…? Será…? Será…? Não é difícil encontrar exemplos de situações como essas e é por isso que trabalhar internamente as expectativas é algo que pode se tornar complicado. Isso ocorre porque diversas vezes fechamos nossos olhos para a segunda opção que, normalmente, é a parte não desejada.

Foca-se toda a energia no “SIM”,

esquecendo que o “Não” também faz parte do processo.

Ainda não raciocinei sobre qual é a melhor opção. Acho que a regra do 80/20 poderia se encaixar nessa história: coloque 80% da sua energia na expectativa positiva, mas tenha em mente (sem se demostivar, claro) que nem sempre as coisas são possíveis.

Acho que assim você consegue ir com tudo para batalha e ainda ter um escudo, para que o tombo não seja desprotegido caso o Sim não venha…

PS: esse texto está longe de ser definitivo… com certeza preciso pensar melhor sobre isso.

rabiscos sobre a cultura das organizações


É incrível como as empresas podem ser diferentes umas das outras. Cada uma possui um modo de operar dentro do mercado que não necessariamente é melhor do que o outro, já que ambos funcionam… Onde está a diferença então?

De uns tempos para cá pude perceber que a diferença entre as empresas não é baseada apenas no mercado no qual ela compete, mas principalmente na cultura que cada uma escolheu pra si. Analisar a cultura de uma organização, portanto, é tirar uma fotografia sobre o modo como a organização lida com a sua “gente”.

É fácil perceber diferenças de culturas: A rede de lojas Quero-Quero é diferente da Casas Bahia, mas não necessariamente deixa de ter lucro por causa disso. Simplesmente as duas empresas trabalham de modos diferentes. Parto do pressuposto de que não existe cultura “boa” ou “ruim”, mas sim pessoas adaptadas ou não ao modelo que a empresa possui.

Nestes casos, torna-se necessário afirmar que é mais fácil o indivíduo trocar de organização do que a organização trocar a sua cultura. É uma espécie de conselho…Cada um deve perceber quais são as suas características e encontrar a empresa com a qual se identifique. Nessa história ganham os dois: o indivíduo, que terá suas aspirações entendidas pela companhia; e a empresa, que terá funcionários alinhados de acordo com o que pensa estar correto.

Dito desta forma parece simples, mas é notório a dificuldade que os indivíduos e as empresas possuem para encontrarem seus “pares ideiais”. Não há como eliminar as chances de erro, mas o autoconhecimento é o primeiro passo para evitar equívocos. Entender quem eu sou como empresa/individuo é o passo fundamental na escolha de nosso “parceiro profissional”.